quarta-feira, 20 de março de 2013

Deriva

A deriva como forma de vivência e método para romper com a racionalidade das representações do espaço dominantes foi uma prática entre os letristas e situacionistas. A formulação mais ampla dessa prática será, depois, tentada por Guy Debord. Para sua realização o livro “Paris et l’agglomération parisienne”, de Chombart de Lauwe, terá certa influência. A deriva se define como um “comportamento ‘lúdico construtivo’; ligada a uma percepção concepção do espaço urbano enquanto labirinto: espaço a ‘decifrar’ (como decifrando um texto com características secretas) e a descobrir pela experiência direta.” (New Babylon, Constant Art et Utopie, p. 14)
Entre os diversos procedimentos situacionistas, a deriva se apresenta como uma técnica da passagem ativa através dos variados ambientes. O conceito de deriva está indissoluvelmente ligado ao conhecimento dos efeitos de natureza psicogeográfica, e à afirmação de um comportamento lúdico construtivo, o que o opõe em todos os pontos às noções clássicas de viagem e de passeio.
Uma ou mais pessoas se entregando à deriva renunciam, por uma duração mais ou menos longa, às razões de se deslocar e de agir que elas conhecem geralmente, às relações, aos trabalhos e aos lazeres que lhe são próprios, para se deixar ir por solicitações do terreno e dos encontros que lhe correspondem. A parte do aleatório é aqui menos determinante que se crê: do ponto de vista da deriva, existe um relevo psicogeográfico das cidades, com correntes constantes, pontos fixos, e turbilhões que tornam o acesso ou a saída de certas zonas muito difíceis.
Para ler mais: Teoria da Deriva

Vídeos:

La Deriva - Magdalena

Coletivo à deriva - Passeio de Sombrinhas em Cuiabá

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